__«Quase onze horas», disse Puff todo contente. «Chegaste mesmo a tempo para um bocadinho de alguma coisa», e enfiou a cabeça dentro do armário. «E depois, Porquito, vamos sair e eu vou cantar ao Inhon a minha cantiga.»
__«Que cantiga, Puff?»
__«A que vamos cantar ao Inhon», explicou Puff.
Meia hora mais tarde, quando Puff e Porquito se puseram a cantar, o relógio continuava a indicar onze menos cinco. O vento tinha abrandado e a neve, cansada de correr em círculos atrás de si mesma, escorregava agora com geitinho até encontrar um sítio para aterrar, e às vezes esse sítio era o nariz de Puff e outras vezes não era, e não tardou muito que Porquito estivesse a usar um cachecol branco em volta do pescoço, sentindo que nunca tinha tido tanta neve por trás das orelhas na sua vida.
__«Puff», disse por fim, um pouco timidamente porque não queria que Puff pensasse que ele desejava Desistir, «tenho estado a pensar. Que tal se a gente fosse para casa agora e ensaiasse a tua cantiga, e cantávamo-la para o Inhon amanhã - ou - ou - depois de amanhã, quando o encontrássemos?»
__«É uma excelente ideia, Porquito», disse Puff. «Podemos ensaiá-la agora pelo caminho. Mas não vale a pena irmos a casa ensaiá-la porque se trata precisamente duma Serenata à Neve, especialmente apropriada para ser Cantada Ao Ar Livre.»
__«Tens a certeza?» perguntou Porquito ansiosamente.
__«Já vais ver, Porquito, quando ouvires. Começa assim. Quanto mais neva, olariló-lai------»
__«Olariló quê?» disse Porquito.
__«Lai», disse Puff. «Pus olariló-lai para ficar com mais ar de cantiga. Mais tempo leva, olariló-lai, mais -----»
__«Disseste neva?»
__«Que cantiga, Puff?»
__«A que vamos cantar ao Inhon», explicou Puff.
Meia hora mais tarde, quando Puff e Porquito se puseram a cantar, o relógio continuava a indicar onze menos cinco. O vento tinha abrandado e a neve, cansada de correr em círculos atrás de si mesma, escorregava agora com geitinho até encontrar um sítio para aterrar, e às vezes esse sítio era o nariz de Puff e outras vezes não era, e não tardou muito que Porquito estivesse a usar um cachecol branco em volta do pescoço, sentindo que nunca tinha tido tanta neve por trás das orelhas na sua vida.
__«Puff», disse por fim, um pouco timidamente porque não queria que Puff pensasse que ele desejava Desistir, «tenho estado a pensar. Que tal se a gente fosse para casa agora e ensaiasse a tua cantiga, e cantávamo-la para o Inhon amanhã - ou - ou - depois de amanhã, quando o encontrássemos?»
__«É uma excelente ideia, Porquito», disse Puff. «Podemos ensaiá-la agora pelo caminho. Mas não vale a pena irmos a casa ensaiá-la porque se trata precisamente duma Serenata à Neve, especialmente apropriada para ser Cantada Ao Ar Livre.»
__«Tens a certeza?» perguntou Porquito ansiosamente.
__«Já vais ver, Porquito, quando ouvires. Começa assim. Quanto mais neva, olariló-lai------»
__«Olariló quê?» disse Porquito.
__«Lai», disse Puff. «Pus olariló-lai para ficar com mais ar de cantiga. Mais tempo leva, olariló-lai, mais -----»
__«Disseste neva?»
__«Disse, mas isso era antes.»
__«Antes do olariló-lai?»
__«Era outro olariló-lai» disse Puff sentindo-se agora um tanto baralhado. «Vou-ta cantar toda como deve ser e depois já vês.»
__E cantou tudo desde o princípio, de fio a pavio.
__«Era outro olariló-lai» disse Puff sentindo-se agora um tanto baralhado. «Vou-ta cantar toda como deve ser e depois já vês.»
__E cantou tudo desde o princípio, de fio a pavio.
__________________Quanto mais
__________________NEVA ----- olariló-lai,
__________________Mais tempo
__________________LEVA----- olariló-lai,
__________________Mais tempo
__________________LEVA ----- olariló-lai,
__________________A
__________________Nevar.
__________________E lés a
__________________LÉS ----- olariló-lai,
__________________Sinto os meus
__________________PÉS ----- olariló-lai,
__________________Sinto os meus
__________________PÉS ------ olariló-lai,
__________________A
__________________Gelar.
__Cantou os versos assim desta maneira, que era de longe a melhor maneira para cantar, e quando acabou ficou à espera que Porquito dissesse que, de todas as Serenatas à Neve Para Cantar Ao Ar Livre, esta era sem dúvida a melhor de todas. Mas Porquito, depois de ponderar a questão maduramente, disse:
__«Sabes, Puff», disse solenemente, «não é tanto os pés, é sobretudo as orelhas. »
Puff e os seus amigos de A. A. Milne, Relógio D'Água
desenho de E. H. Shepard
1 comentário:
olarilololol e beijos da catarunska puff parisiense. 3a feira rebento em lx olarilolai ehehehe
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