a máquina debulhadora é um animal estranho: é só motor, força em potência. respira através do movimento - sufoca se pára, tem dificuldade em mudar de direcção - como o touro com o vermelho na frente. desloca-se sobre rodas que não são suficientemente grandes para o seu tamanho. apesar disso é um animal elegante, talvez pela fascinação que lhe tenho quando percebo a leveza para que tende por causa de tanto peso.
desconheço o seu mecanismo interno, pois não se abre e como os buracos negros parece de um vazio infinito. é uma couraça de uma peça, não lhe conheço nem parafusos nem soldagens. o seu único apêndice é uma mandíbula fronteira num dos extremos e no outro um rabo incontinente.
a mandíbula é constituída por uns bracitos mecânicos que funcionam como cotovelos de elástico: giram sobre si mesmos a grande velocidade, agarram uma boca aberta, uma carcaça de boca que tem nos extremos dois hexágonos unidos por barras com ferrinhos espetados .
a máquina debulhadora tem uma única função: terraplanar. avança sobre o espaço a um ritmo de síntese, a sua mandíbula roça violentamente o chão e destroça o que encontra à sua frente : corta as coisas aos bocados, descobre-lhes o tamanho suficiente para entrarem na sua garganta, torna-as ingeríveis para logo as deitar fora, e sem guardar nada, deixa atrás de si as coisas como rasto.
a sua acção será a de desembaraçar o chão das coisas e as coisas do chão. movimento de libertação: despojamento das ligações cercando os fios no apontamento dos nós. uma violência propiciatória.
a máquina não tem olhos e só ouve o ronronar do seu mecanismo, no entanto vive na extrema atenção de tudo o que o rodeia. dele quero dizer que é um animal inteligente - sem explicar porquê. e também bonito. é um animal bonito. no fundo dele poderei apenas dizer que é terrível.
desconheço o seu mecanismo interno, pois não se abre e como os buracos negros parece de um vazio infinito. é uma couraça de uma peça, não lhe conheço nem parafusos nem soldagens. o seu único apêndice é uma mandíbula fronteira num dos extremos e no outro um rabo incontinente.
a mandíbula é constituída por uns bracitos mecânicos que funcionam como cotovelos de elástico: giram sobre si mesmos a grande velocidade, agarram uma boca aberta, uma carcaça de boca que tem nos extremos dois hexágonos unidos por barras com ferrinhos espetados .
a máquina debulhadora tem uma única função: terraplanar. avança sobre o espaço a um ritmo de síntese, a sua mandíbula roça violentamente o chão e destroça o que encontra à sua frente : corta as coisas aos bocados, descobre-lhes o tamanho suficiente para entrarem na sua garganta, torna-as ingeríveis para logo as deitar fora, e sem guardar nada, deixa atrás de si as coisas como rasto.
a sua acção será a de desembaraçar o chão das coisas e as coisas do chão. movimento de libertação: despojamento das ligações cercando os fios no apontamento dos nós. uma violência propiciatória.
a máquina não tem olhos e só ouve o ronronar do seu mecanismo, no entanto vive na extrema atenção de tudo o que o rodeia. dele quero dizer que é um animal inteligente - sem explicar porquê. e também bonito. é um animal bonito. no fundo dele poderei apenas dizer que é terrível.
Sem comentários:
Enviar um comentário