roma é uma cidade no campo, com ervas na berma das estradas, ruínas atravessadas pelas linhas de comboio, casas pequenas, quintais, terraços, o som incessante das cigarras e os pinheiros muito altos. cidade suja, com descampados, cores fortes, quentes, manchas. há silêncio em roma e a solidão das sombras.
roma cresce como as ervas daninhas, por toda a parte, entre. tudo brota do chão e cada uma das coisas faz a sua disseminação e assim se apropria e se aconchega. a arqueologia faz-se na horizontal com um olhar em volta, como se não houvesse senão superfície. uma igreja renascentista tem na sua parede as colunas de um templo, os portões de casa estão encrostados nas arcadas de um aqueduto romano, o fumo dos tubos de escape pintam em claro escuro o baixo relevo de uma fonte. como se a terra aqui fosse feita do tempo e o tempo pertencesse à terra de tal modo que são uma coisa só, inteira, numa continuidade que se forma num corrupio de e, e, e, onde cada coisa existe lado a lado em abertura. em roma aqui são muitas coisas de uma só vez. e talvez seja esta estranheza da permanência do tempo, mais do que os pequenos altares postos a cada esquina, que me dá a impressão de roma ter uma aura fúnebre e sagrada. mas roma não é uma cidade morta, nem embalsamada, as motoretas contornam em velocidade o coliseu e a falar-se de memória será como de um chão que se estende no presente e não como aquilo que fixa longe o passado.
roma cresce como as ervas daninhas, por toda a parte, entre. tudo brota do chão e cada uma das coisas faz a sua disseminação e assim se apropria e se aconchega. a arqueologia faz-se na horizontal com um olhar em volta, como se não houvesse senão superfície. uma igreja renascentista tem na sua parede as colunas de um templo, os portões de casa estão encrostados nas arcadas de um aqueduto romano, o fumo dos tubos de escape pintam em claro escuro o baixo relevo de uma fonte. como se a terra aqui fosse feita do tempo e o tempo pertencesse à terra de tal modo que são uma coisa só, inteira, numa continuidade que se forma num corrupio de e, e, e, onde cada coisa existe lado a lado em abertura. em roma aqui são muitas coisas de uma só vez. e talvez seja esta estranheza da permanência do tempo, mais do que os pequenos altares postos a cada esquina, que me dá a impressão de roma ter uma aura fúnebre e sagrada. mas roma não é uma cidade morta, nem embalsamada, as motoretas contornam em velocidade o coliseu e a falar-se de memória será como de um chão que se estende no presente e não como aquilo que fixa longe o passado.
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