quinta-feira, dezembro 29, 2005

privilégio da separação


perdi uma gata
que não se abandona
ouço-a miar

guardo este traço negro bem sulcado
não abdico do privilégio da separação
momento duro de reverter
vida, talvez liberdade, violenta

abandonei (por dentro) uma vez
quando me apercebi da via inábil de uma criança
liberto o peso na sua gravidade
abandono a criança agora
continuemos
outras coisas
a amar

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