terça-feira, abril 26, 2011

adiar

Atrás de mim, uma parede cheia de fotografias. Cada fotografia um rosto. Os rostos têm a particularidade de usar os mesmos óculos escuros. Todas estas pessoas estão vivas mas algumas parecem semi-mortas. Entretenho-me a pensar num projecto pateta: uma polaróide de todos os amigos tirada no momento de começarem o dia.
As manhãs e a sua energia são promessas diariamente renovadas. Mas depois enfiamo-nos em escritórios, em salas climatizadas, de leitura e administração ou nas grandes reviravoltas da rua e suas distracções. Logo se gasta a esperança produzida pela magia da manhã.
Queria apanhar esse momento antes do desgaste que nos atinge diariamente.
Todas as noites adio pois o momento de começar o dia, não dormindo.

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