sexta-feira, fevereiro 25, 2011

o rocker quarentão

Os incêndios de outrora. Amores pingados com tantas feridas. Vontade de ver nos olhos e palavras das meninas do papá o viço revolucionário que tão mal escondem. Meninas mimadas que podiam ser bem amadas pela versão nortenha do senhor marquês. Voz ao limite, com electricidade e rara ebulição num país que rebentava o seu formato quadrado. Os clubes, os concertos em pavilhões, a tolerância-matiné. Nós bem putos, eu bem fanática com o amigo rockabilly das BD’s, a ver a luxúria em estridência agarrada ao micro. E a querer fazer parte daquilo. Não tinha paixão real, era só curiosidade, provocação. Eram dias de languidez mas insegurança, desejar estar à altura das referências e das conversas, ter medo de desbocar fora do personagem. Não sabia nada mas a vontade de aprender e logo confrontar com questões resgatadas, valia por tudo. Era uma boa sensação, a margem para especulação era maior e a capacidade de revolta nunca se relativizava.

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