ilustração de Margarida Girão
Num desses lugares frequentados por gente bem, onde os negros são serviçais, a advogada portuguesa conta:
"O meu avô descobriu o Tofo, iniciou o empreendedorismo turístico ao fazer caça submarina, percebeu o potencial daquilo, percebes?
Estou a tentar recuperar o património da família. A lei moçambicana não dá direito à terra, só podes recuperar o que não foi nacionalizado e ocupado.
Descobri que queria voltar à terra natal quando fui ao nordeste brasileiro com os meus pais, parámos a olhar e pensei: isto é África sem pretos!"
Depois voltou com um salário e contrato chorudos e até acaba por reconhecer: “pois é, eles são pobres e nós contribuímos para a pobreza deles. É isso que torna África interessante.”
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