quarta-feira, janeiro 02, 2008

previsões

"Jamais nascerão as árvores e o mundo desolado será uma bola de água sem fundo onde viveremos mergulhados, moldada segundo uma máscara chinesa que vi na infância, num pequeno teatro mimado, com largura para medir o universo e altura para arranhar o céu. Os homens terão uma cidade para viverem acompanhados e melancólicos, uma filosofia para a sua resignação, adolescentes para lhes partir a cara, virgens novas e ingénuas para lhes provocar o cio, o que os obrigará a fechar os olhos, onde habitam bichos, de vergonha. Terão poetas louros e académicos em holocausto à sua expiação."
António Maria Lisboa, "O amor de Isidore Ducasse"

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