terça-feira, fevereiro 13, 2007

exaustao

Exaustão de festas. Os olhos secos, a boca desanimada sem querer moldar palavras, o coração a palpitar, o sopro nos pulmões do excesso de fumo, o peso nos ombros, o pescoço preso e dorido. Tudo é uma tortura de acontecimentos, pois a intensidade esgota-nos. Sobretudo as falsas intensidades.
No dia seguinte acorda-se e temos de concertar os disparates feitos na noite anterior, as barbaridades que foram ditas, os actos medidos pela quantidade de álcool ingerido, as sensações fortes agora dissipadas, a cadência da música como uma miragem, os olhares, os passos em falso, os cinismos todos, os carinhos todos.
Há um momento em que dançamos frenéticos, fuma-se e bebe-se tudo o que vem parar às mãos, e olhamos um para o outro já enjoados e a sentir o ridículo de tudo em redor e um diz “vamos embora”. O outro concorda e abandonam juntos aquele filme patético. Isso é uma bela imagem da cumplicidade.

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