quarta-feira, janeiro 24, 2007

águas em movimento

A água chegou, um dilúvio dos céus. Rebentou a cidade. As casas e as árvores vão caindo à medida que cedem a resistência. Ninguém vai trabalhar. Fica-se em casa a desfiar conversas sem luz e água só na rua. “Vamos esperar que acalme...” E a fúria da chuva torrencial, gotas grossas e quentes, não pára. Mas há quem se alegre e vá para a rua de bacias e banheiras para acumular água. Tanta, tanta água na cidade a descer para o mar. A levantar as valas do esgoto. A água porca que entra na casa do musseque. O tecto que desaba. Às calamidades húmidas no dia seguinte é tentar redemediá-las, não vale a pena chorar.

Sem comentários: