Começou pelas folhas secas que fermentavam na terra. Depois, seguiram-se os rebentos. Logo passou aos ramitos e aos galhos. Atacou então o tronco e terminou nas raízes. Comeu tudo às escondidas de noite, o estômago feito num oito de floresta e veios de seiva branca pulsando à flor da pele. Quando o lugarejo acordou, viu-se sem árvores e com um homem magríssimo, sentado no meio da praça, rodeado de pássaros famintos, apregoando dias sem vento. Os cães, desesperados, voaram para outro lugar, onde as sombras fossem possíveis e os homens não minguassem na devoração de si mesmos.
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