terça-feira, agosto 08, 2006

Mística da luz


Os pequenos insectos insistem em pousar ali, território tão quente. Também entre eles se expandiu a boa nova. O momento da revelação mística da luz, a bem dizer, nunca o vi. Somente o seu resultado, este cemitério pontilhado de corpos negros. Entre nós, a mancha não é sem parecenças. Que a luz é coisa que queima, por vezes esquecemo-lo.
Quando estou disponível, também eu sonho com uma luz; mas diversa, inofensiva, não-interferente, espécie de pudor ecologista que minimize o contacto (violento) com as outras vidas; enfim, de simplesmente nem deixar traço. A esta outra mística alguém chamou de «paixão da abolição». Diz-vos alguma coisa? Vêem-na?

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