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Sem que falem, delapidado pelos seus pensamentos
Mais um dia de menor nível. Gestos sem sombras
Sobre que século debruçarmo-nos para nos darmos conta?
Fetos, fetos, diríamos suspiros, por toda a parte, suspiros
O vento espalha as folhas soltas
Solidez das macas, há cento e oitenta mil anos nascíamos
já para apodrecer, para perecer, para sofrer
Esse dia, já tivemos parecidos
uma quantidade de parecidos
dia em que o vento se precipita
dia de pensamentos insustentáveis
Vejo os homens imóveis
deitados em barcas
Partir.
De qualquer modo partir.
A longa lâmina da corrente de água estancará a palavra.
Mais um dia de menor nível. Gestos sem sombras
Sobre que século debruçarmo-nos para nos darmos conta?
Fetos, fetos, diríamos suspiros, por toda a parte, suspiros
O vento espalha as folhas soltas
Solidez das macas, há cento e oitenta mil anos nascíamos
já para apodrecer, para perecer, para sofrer
Esse dia, já tivemos parecidos
uma quantidade de parecidos
dia em que o vento se precipita
dia de pensamentos insustentáveis
Vejo os homens imóveis
deitados em barcas
Partir.
De qualquer modo partir.
A longa lâmina da corrente de água estancará a palavra.
Henri Michaux, «Le jour, les jours, la fin des jours (Méditation sur la fin de Paul Celan)», in La revue des Belles-Lettres, nº 2-3, 1972, p. 113; Oeuvres complètes, III, Gallimard, Paris, 2004, p. 756
1 comentário:
Obrigada.
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