sexta-feira, abril 21, 2006

O nobre pacto

não conseguiu firmar o nobre pacto
entre o cosmo sangrento e a alma pura
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gladiador defunto, mas intacto

(tanta violência, mas tanta ternura)

_________________Mario Faustino


O nobre pacto, eis o que assoma logo de início, como que a avisar, neste filme, preferido de entre todos, pelo excesso que passa tão rente, por insuportavelmente belo, grotesco por não ceder um pouco que seja ao desacordado, à inconsciência permissiva, por não permitir qualquer desapego, nenhuma protecção mútua, e nos arrastar sempre à beira, passando a beira que serve de limite, e já suspenso onde nada se sustém, nos trazer as forças do lado que está para lá, para as colocar aqui, sem compaixão, junto a nós, e que sempre me parte deste lado do coração, não da cabeça, se isto quer dizer alguma coisa, precisamente por nada deixar inconsciente, mais ainda, nada deixar por acolher.


Paulo Martins (Jardel Filho) e Sara (Glauce Rocha) em
Terra em transe (1967) de Glauber Rocha

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