Sara (Glauce Rocha) e Paulo Martins (Jardel Filho) em
Terra em transe (1967) de Glauber Rocha
«PAULO MARTINS: A fome do absoluto.
SARA: A fome.
PAULO: Eu tenho esta fome. Vem comigo, Sara. Não fique como os fanáticos à espera das coisas que não acontecem antes que nos acabemos. Vem comigo. A vida está acima das horas que vivemos. A vida é uma aventura.
SARA: Você não entende. Um homem não pode se dividir assim. A política e a poesia são demais para um só homem. Gostaria muito que você ficasse connosco. Volte a escrever.
PAULO:
Não anuncio cantos de paz
Nem me interessam as flores do estilo.
Como por dia mil notícias amargas
Que definem o mundo em que vivo.
Ah, Sara...
SARA:
Não me causam os crepúsculos
A mesma dor da adolescência.
Devolvo tranquilo à paisagem
Os vômitos da experiência...
PAULO: A poesia não tem sentido. Palavras... As palavras são inúteis. »
SARA: A fome.
PAULO: Eu tenho esta fome. Vem comigo, Sara. Não fique como os fanáticos à espera das coisas que não acontecem antes que nos acabemos. Vem comigo. A vida está acima das horas que vivemos. A vida é uma aventura.
SARA: Você não entende. Um homem não pode se dividir assim. A política e a poesia são demais para um só homem. Gostaria muito que você ficasse connosco. Volte a escrever.
PAULO:
Não anuncio cantos de paz
Nem me interessam as flores do estilo.
Como por dia mil notícias amargas
Que definem o mundo em que vivo.
Ah, Sara...
SARA:
Não me causam os crepúsculos
A mesma dor da adolescência.
Devolvo tranquilo à paisagem
Os vômitos da experiência...
PAULO: A poesia não tem sentido. Palavras... As palavras são inúteis. »
[a belíssima música que se ouve em fundo nesta cena é um excerto das Bachianas Brasileiras n.º 3, Fantasia (Devaneio) de Heitor Villa-Lobos]
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