«... há animais que ignoram completamente a agressão intra-específica e que vivem durante toda a vida em bandos compactos. Poder-se-ia julgar tais seres predestinados a uma amizade duradoura e uma solidariedade fraterna entre indivíduos. Mas é precisamente entre estes pacíficos animais de grupo que nunca se observa nada de semelhante. A sua solidariedade tem sempre um caracter um carácter absolutamente anónimo. O laço pessoal, a amizade individual, encontram-se unicamente em animais cuja agressividade intra-específica é muito desenvolvida. O laço é mesmo tanto mais forte quanto mais agressiva é a espécie; poucos peixes são mais agressivos que os ciclídeos, poucas aves o são mais que os gansos; e o mamífero cuja agressividade é proverbial, a bestia senza pace do Dante, o lobo, é o melhor e o mais fiel dos amigos. Em animais que, consoante as estações, são alternadamente territoriais e agressivos, ou não agressivos e sociais, o laço pessoal eventual limita-se aos períodos de agressividade. »
A agressão de Konrad Lorenz
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