domingo, janeiro 29, 2006

morte geral pronunciada


desculpem este envio não solicitado; fiquei tão absolutamente perplexo... é uma inquietação infeliz; sois agora parceiros de incompreensão; não me pronuncio... de qualquer modo, ouçam, como estamos incapazes, como se nos atrofia o cérebro perante o desespero quotidiano, mundo de membros imóveis ou atordoados e atacados de frenesim, como se nos derrama a cabeça em teorias tão velhas quanto nefastas e miseráveis, de que, no entanto, parece tanto precisar... um homem, com quem me cruzava muitas vezes, a caminho do extra ou do jardim, suicidou-se; vinha no suplemento literário do jornal o seu elogio fúnebre; aparentava tanta amargura como outro qualquer... um outro apodrece de pé enquanto bebe e vocifera; está agora, portanto, numa fase vertical e oral, que sucede à anterior, horizontal e muda; não sei que lhe dizer; um dia destes já não está ali... que vidas explosivas, inapercebidas, que morte geral pronunciada, que cérebro doente, foda-se

(2004)

1 comentário:

Anónimo disse...

hahahahahha... ei depois eu passo na sua casa.