sexta-feira, dezembro 24, 2010

centro de gravidade

Deixo as ilhas caboverdianas onde tanta coisa aconteceu, sempre acontecendo. A par da languidez, a capacidade transformadora manifesta-se nos seus efémeros habitantes. Por outro lado, uma substância na sua morfologia ajuda a sedimentar questões, desperta visões, apela a dádivas plenas.

Produz-se uma real abertura ao outro, muito para lá das intrigas e sentimentos rasteiros, que também os há.

Gratidão é a palavra que me arrebata. Pela informação depositada sem mais expectativa senão a da entrega, pelas vidas infinitamente no seu lugar. Ali estão, no momento em que se desenrola o espectáculo da vida, na fase certa para o encontro.

Não consigo deixar de me comover ao sentir o centro de gravidade de certas pessoas, o gesto concreto e potenciador de outros que nos levam aos plenos poderes, simples antes de mais.

As pessoas que sabem esperar o amadurecer dos frutos, apesar da fome, e do crime que é adiar. E nos beijam profundamente a alma.

Sem comentários: