Deitada na praia da Costa, sinto-me estranha: esta não é a minha praia!
Apesar de não ser lá uma grande praia, estou habituada à ilha de Luanda. É uma praia-casa-escritório ou libertação-do-stress-da-cidade-nervosa. Uma praia de passar quase todos os dias um bocadinho.
Gosto da sensação de estar lá longe noutro continente a pensar Lisboa e as pessoas de Lisboa. E também de esquecer que este mundo do lado de cá existe.
Naquela praia não há estas ondas nem surfistas nem prédios feios atrás. É estranha a familiaridade de quando pisei as areias da Costa me sentir quase lá, de caipirinha e sandes de frango com maionese na mão, com a musicalidade do sotaque angolano e os corpos viçosos em redor. Lembro-me nitidamente de certas vozes e das conversas com gargalhadas pois ir à praia é como ir ao café, pode-se sempre surgir.
Nesta praia da Costa, em vez dos africanos, tugas, chineses, brasileiros, russos, vendedores de panos e colares, estão uns senhores barrigudos com ar de que a frequentam há muitos muitos anos e que se calhar até estiveram em África 'noutras circunstâncias'. Se calhar também nostálgicos disso, como eu, mas das 'outras circunstâncias'.
Não reconheço esta praia a não ser pelo que me transporta para a outra de Luanda. Leva-me ao calor da areia, e à água-caldo-morno, imagem do azul, sempre a nostalgia de uma costa atlântica de onde apetece partir, a solidão muitas vezes, o livro que conseguia absorver melhor, a pele que “emorenece” amante.
Apesar de não ser lá uma grande praia, estou habituada à ilha de Luanda. É uma praia-casa-escritório ou libertação-do-stress-da-cidade-nervosa. Uma praia de passar quase todos os dias um bocadinho.
Gosto da sensação de estar lá longe noutro continente a pensar Lisboa e as pessoas de Lisboa. E também de esquecer que este mundo do lado de cá existe.
Naquela praia não há estas ondas nem surfistas nem prédios feios atrás. É estranha a familiaridade de quando pisei as areias da Costa me sentir quase lá, de caipirinha e sandes de frango com maionese na mão, com a musicalidade do sotaque angolano e os corpos viçosos em redor. Lembro-me nitidamente de certas vozes e das conversas com gargalhadas pois ir à praia é como ir ao café, pode-se sempre surgir.
Nesta praia da Costa, em vez dos africanos, tugas, chineses, brasileiros, russos, vendedores de panos e colares, estão uns senhores barrigudos com ar de que a frequentam há muitos muitos anos e que se calhar até estiveram em África 'noutras circunstâncias'. Se calhar também nostálgicos disso, como eu, mas das 'outras circunstâncias'.
Não reconheço esta praia a não ser pelo que me transporta para a outra de Luanda. Leva-me ao calor da areia, e à água-caldo-morno, imagem do azul, sempre a nostalgia de uma costa atlântica de onde apetece partir, a solidão muitas vezes, o livro que conseguia absorver melhor, a pele que “emorenece” amante.
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