quinta-feira, dezembro 13, 2007

era

Uma mulher diz “o meu marido era um homem muito bonito e muito aventureiro”.
Repare-se no orgulho de "um homem" e na melancolia do pretérito imperfeito. Depreende-se que já não é. Em tempos foi uma pessoa que com todo o seu vigor a protegia, a razão do seu orgulho. Agora a recordação torna incómodo o presente, aquele homem já não é "um homem", passou a ser um objecto sem adjectivos a não ser os do triunfo daquilo que foi. A beleza é como a juventude, não se é, está-se.

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