segunda-feira, setembro 10, 2007

a melancolia que não sai de nós não sai

Na esplanada mulheres demasiado perfeitas, perna traçada, brincos a condizer com as sandálias e o cinto, o vestido com o corte certo, nos padrões da primavera-verão de 2007. Plenamente coincidentes com o tempo que vivem. Meninos bonitos atendem às meses, cabelos espetados e dreadlocks. O rio embala tudo num azul de verão, os risos são leves e devem contar muitas piadas de alcovitice. Nenhum destes jovens parece ter dramas ou traumas antigos para resolver. Só coisas íntimas que nunca se espalharão no ambiente frequentado.
“Lisboa é uma cidade decadente”, ouve-se algures numa mesa. E por detrás o imenso rio e a imensa claridade. Toda a gente delira com Lisboa menos os lisboetas, ou melhor, eles também, mas faz parte do charme dizerem que não gostam. Uma cidade linda, barata, segura, luminosa, cheia de entretenimento, sem dramas. Só a vil tristeza.

1 comentário:

icendul disse...

Lisboa: um corredor de luz de encontro aos olhos; um corredor de inluz que nos resguardar do dia numa sala de cinema.