sexta-feira, setembro 14, 2007

baixar a temperatura

Percorri a vila à hora do recorte cor-de-laranja-cor-de-rosa das igrejas, das casas, dos cabelos das mulheres, do muro da praia e depois das cadeiras da esplanada. A força de uma qualquer memória queria pousar naquela temperatura. Queria começar a descer pelas minhas veias. Essa solidão de mar ao fim da tarde consolida-se no corpo, e é uma libertação inigualável. A claridade das coisas em redor, apesar de começar a cair o mundo das brumas e da visão baça, era o reflexo do reflexo, como vozes roucas de quem cantou durante toda a noite. Nelas se pressente a alegria.

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