sábado, junho 30, 2007

o azul

Em terra de praia onde os corpos morenos espraiam energia dedicada ao prazer. Quando falo de corpos não é uma condição genérica, é pensar num só para não equivocar. O ardente sol a vibrar nessa pele, como um cliché tão próprio de se usar, as pestanas dos olhos a penderem minúsculas gotas de água salgada, os grãos de areia que desenham o rosto. Uma vontade de pousar a mão na pele quente e ficar com a mão colada, cheia e aberta. Nessa iminência e timidez, nesse proibido e impróprio, o desejo irrompe e quase que engravida. E é um hemisfério desnorteado que traz o azul forte, por entre as rochas, por cima das cabeças, ao longo de qualquer visão, o azul a rimar com o verniz das unhas dos pés.

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