quarta-feira, maio 09, 2007

regresso

Quando voltares vais rever os corpos vestidos de preto, com luzes baças à volta, os copos em cima da mesa, os gestos mecânicos, os corpos conviverem sem perceberem que estão ali corpos, mãos e bocas a falar, numa harmonia idiota. Assim como nós. Vais rever os olhos a flamejarem, soltarem faíscas de raiva desistente, a vincarem pequenas rugas no rosto. Vais fartar-te das pessoas terem territórios umas das outras, moralidade sobre as relações humanas, fixações, ciúmes, problemas e factos que descrevem da forma mais desviante do mundo. Vais voltar a iludir-te em como um só olhar de interesse verdadeiro pode ser uma revelação. E vais pactuar com esses jogos de sedução, a descoberta do outro, a redescoberta do outro. Carne fresca, história antiga.

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