uma autobiografia sem importância

... e a França cai como um acaso na minha vida. Setembro de 2003, desembarco nesta terra de emigração... E a vontade cresce... aquela de conhecer o mundo, de partilhar experiências, de ver com os meus olhos, de falar com as minhas palavras, de percorrer caminhos até então somente lidos... e um outro acaso surge. Não pensei duas vezes: fiz as malas e lá fui. 5 meses numa cidade do interior por tantos esquecida, onde tudo se passava à volta de um copo de vinho quente, nos longos dias frios de Inverno. Excepção feita ao álcool, os dias dessa Roménia profunda passavam-se na pobreza e numa esperança morta no quotidiano... seguem-se três meses de viagem: Estados Unidos Mexicanos... três meses a descobrir a sua história, as lutas, essa vontade de mudar tão forte que a vida pouco pesa. A selva Lancadona de Marcos, a Realidade de onde os documentos saiam assinados, os indígenas: gravei momentos, emocionei-me. A partida foi dolorosa. Não era a Roménia passiva de esperança morta, era uma América consciente da sua condição de indígena, pronta a erguer o punho e a levantar a voz.