terça-feira, fevereiro 13, 2007

as pequenas fantasias

Há quem se apaixone por amores platónicos mas com a sexualidade em frémito, porventura do outro lado do atlântico, não muito perto para não ser por demais incómoda a proximidade e a possibilidade de um dia ser inevitável um acto de coragem. Apaixonam-se pelo potencial da escrita, pela liberdade de construir o mais elaborado e original testemunho, pintar a singularidade com as cores que se quiser. Pela maravilha de forjar identidades, por poder dar a conhecer a maior nudez a um estranho que nunca parte o verniz. A obsessão das realidades paralelas, não querendo arriscar ter de optar e fingir poligamias que não têm prática subsequente. Fode-se pouco talvez. É acima de tudo uma pulsão de transgressão que não se concretiza a não ser em metafísicas escritas e segredos partilhados em palavras que são os mais desinteressantes.

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