Quando os pan,
Quando os pan,
Os pântanos,
Os pavores,
Quando os pãããããs,
Os pãããborrás,
As pãããdoençaãs,
As matratrimatratriããs,
As hondregordeguardarias,
As honcucarachoncus,
Os hordasnóplópais de purru parru purru,
Os imuncéfalos glossados,
Os pesos, as putrefacções, as pestes
As necroses, as carnificinas, as devorações,
Os viscosos, os extintos, os infectos,
Quando o mel petrificado,
Os icebergues perdendo sangue,
Os judeus aflitos resgatando precipitadamente Cristo,
A Acrópole, as casernas convertidas em couves,
Os olhares em morcegos, ou então em arame farpado, em caixa de pregos,
Novas mãos em maremoto,
Outras vértebras feitas de moinhos de vento,
A essência do júbilo transmudando-se em queimadura,
As carícias em devastações lancinantes, os mais perfeitamente ligados órgãos do corpo em duelos de sabre,
Quando os pan,
Os pântanos,
Os pavores,
Quando os pãããããs,
Os pãããborrás,
As pãããdoençaãs,
As matratrimatratriããs,
As hondregordeguardarias,
As honcucarachoncus,
Os hordasnóplópais de purru parru purru,
Os imuncéfalos glossados,
Os pesos, as putrefacções, as pestes
As necroses, as carnificinas, as devorações,
Os viscosos, os extintos, os infectos,
Quando o mel petrificado,
Os icebergues perdendo sangue,
Os judeus aflitos resgatando precipitadamente Cristo,
A Acrópole, as casernas convertidas em couves,
Os olhares em morcegos, ou então em arame farpado, em caixa de pregos,
Novas mãos em maremoto,
Outras vértebras feitas de moinhos de vento,
A essência do júbilo transmudando-se em queimadura,
As carícias em devastações lancinantes, os mais perfeitamente ligados órgãos do corpo em duelos de sabre,
A areia de carícia ruiva tornando-se em chumbo sobre todos os banhistas,
As línguas tépidas, apaixonadas deambuladoras, que se transformam ou em facas ou em duros calhaus,
O subtil rumor das ribeiras que fluem metamorfoseando-se em florestas de papagaios e de martelos-pilão,
Quando o Horrível-lmplacável destapando-se enfim
Assentar as mil nádegas infectas neste mundo fechado, centrado e como que pendurado num prego,
Assentar as mil nádegas infectas neste mundo fechado, centrado e como que pendurado num prego,
Girando, girando sobre si próprio sem conseguir nunca escapar,
Quando, último ramo do Ser, apenas sobreviva o sofrimento, ponta atroz, afilando-se,
Quando, último ramo do Ser, apenas sobreviva o sofrimento, ponta atroz, afilando-se,
Cada vez mais aguda e intolerável... e o obstinado Nada que a toda a volta recua como o pânico...
Oh! Desgraça! Desgraça!
Oh última lembrança, pequena existência de cada homem, pequena existência de cada animal, pequenas existências puntiformes!
Oh última lembrança, pequena existência de cada homem, pequena existência de cada animal, pequenas existências puntiformes!
Nunca mais.
Oh! Vazio!
Oh! Vazio!
Oh! Espaço! Espaço não estratificado... Oh! Espaço, Espaço!
Henri Michaux in Doze nós numa corda. Poemas mudados para português por Herberto Helder, Assírio & Alvim, Lisboa, 1997, pp. 133-134.
[para ler, com a voz própria, pouco envergonhada, da garganta de cada um, experimentem, aos berros se for preciso, até destruir a demasiado bem-comportada voz interior]
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