a porta do café dá para a embaixada de frança quase no cruzamento com a rua da esperança.
uma neblina branca cobre os prédios com um potencial surrealista. Estar calor sem fazer sol tem qualquer coisa de tragicomédia. O telejornal da tarde fecha com uma peça do Sassetti que morreu há pouco na falésia. O piano induz a olhar a rua no seu crescendo de vida - aquele momento em que o fim (de cada um e de todas as coisas) é conscienciosamente anunciado. A velhota passa agarrada à sobrinha, o polícia olha para as botas melancólico, o homem levanta vagarosamente as chávenas das bicas, a rapariga lê o jornal, e nada disto é sereno.
1 comentário:
não costume ser incapaz de reproduzir o que penso, deste texto ficou-me a inquietante complacência e inexorabilidade das coisas. gostei, obrigado.
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